segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Nascendo Dentes

O nunca vivido, a singeleza do novo, de experimentar, ver para conhecer. Experiência que já vem com as agruras do nascimento. Esses dias tive que presenciar uma criancinha linda, de sete meses, tomar suas primeira injeção, ter seu primeiro "febrão". Perceber sua inocência diante das coisas do mundo. Sendo cândido frente ao inesperado, o nunca vivido. Se virarem ele de costas e passarem "alquinho" na pele, ele, mas tarde, vai associar, mas agora...agora o mundo é uma coisa só. Uma mistura de sensações, uma micelândia de comoções, vindas de todo toque, laivos que acrescentam cada degrau de sua construção íntima e social de vida. O aperto no meu coração, meus músculos tensos em observar seu casto comportar-se e a invasão, seguida de escárnio ... inóspito!Contudo, assim, ele cresce, experimenta, legitima suas vivências. Crianças, ai, quanto sofrimento, mô Deusu!

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Abusada

Foto-filme: Sobre ontem à noite
Há momentos e pessoas
Muitas pessoas valem-se do descuido dos outros, da tolerância passiva e condescendente de alguns corações. Tomam valência servindo-se da fragilidade alheia. É abusado, mesquinho e desleal.
E também há momentos, há momentos que a fragilidade dissipa-se e você não permite ultrajes. Simplesmente você começa a sedimentar sensações mais umbilicais, apropriar-se dos seus nãos, tomar posse da lealdade revalidada em você. Toma senso de propriedade. Porém, e a vida é cheia deles, a sua precaução para não submeter-se a um sofrimento, que às vezes, nem lhe diz respeito, é tomado como egoísmo. Uma relação diametral: você é colocado em situações vexatórias e quando tenta proteger-se, o rótulo é taxativo: EGOÍSTA!

Dicionário

EGOÍSTA:
amor próprio excessivo, que leva o indivíduo a olhar unicamente para os seus interesses em detrimento dos alheios;
conjunto de propensões ou instintos que levam à conservação do indivíduo.

Talvez, em algumas histórias, egoísta pode estar sendo quem pede e não quem não faz. Bom pensar, não é?
Becitos

sábado, 18 de novembro de 2006

Lendo por dentro


“A primeira condição para viver melhor é conhecer mais coisas, inclusive sobre a própria situação e as possibilidades de mudar.”
Lya Luft


Parecia um aceno, dizendo para prestar atenção nas nuances do que se quer ver, na verdade, do que é preciso ver. Esse extrato da Lya trouxe-me essa noção da pertinência do escrever aqui. De que cada palavra escrita é uma maneira de compor e recompor minha vida. De estar experta que de onde se coloca se absorve também. E a maior culpada desse pensamento clarividente foi a Anucha( te gosto um tantão), numa conversinha ontem e ela escreveu um bocado disso lá na alma dela [http://anuchamelo.blog.uol.com.br/] também. Ou seja, era pra mim, e eu vi e entendi o destino conspirando à meu favor!
Essas linhas aqui, escrever, o blog, são auto-rastros para que eu veja como eu sou e como me coloco, onde posso encontrar “possibilidades de mudar”, me re-ler. Trocar é uma maneira tão boa de se ajuizar de si. Às vezes, a gente perde muito tempo de olhos vendados!
Open!
Xerin n’ocês
Foto-filme: Pintar ou fazer amor

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Foto-filme: Amor maior que a vida
Diante da impossibilidade momentânea de ganhar na fala ou no grito, o escárnio faz seu baile perfumado de desamor. A nuvem que paira nessa dança é de gelo e desrazão, onde cada suspiro do casal, mas parecem touros em desavir-se. Cada ego pro seu lado, a cama viu-se repartida em duas almas estranhas, faz pirraça, saiu descalço... Ela sisuda, provida de um instante de bom senso deixa a mão escorregar na dele, e ele ... Pergunta: “cadê os meus sapatos?”.