sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Foto-filme: METEORO

Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira.
Cecília Meireles



Positivamente, o enfretamento voa em termos de sedimentação dos nossos sorrisos. Para sorrir mais rápido e mais genuíno, tem de olhar, ouvir, saber daquela agrura, grande ou pequena que ainda arranha o coração. Manter-se de pé, rodeada de escoras chamadas "anjos da guarda" e encarar, desfiar a sua vontade de partir. "Que a minha vontade de partir seja um dia recompensada..."(Metade-Oswaldo Montenegro) Permita-se sofrer, viver seus lutos de verdade, correr para longe do que sente é correr do que há de franco nas entranhas.
Sinto, sinto tudo, ante planar pequenezas de felicidade, que um amor meia boca! !
Bom final de semana: Um beijo baixinho para não acordar os passarinhos, parafraseando Quintana!
;)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Ultraser






Minha inteligência tornou-se um coração cheio de pavor,
E é com minhas idéias que tremo, com a minha consciência de mim.
Com a substância essencial do meu ser abstrato
Que sufoco de incompreensível,
Que me esmago de ultratranscendente,
E deste medo, desta angústia, deste perigo do ultra-ser,
Não se pode fugir, não se pode fugir, não se pode fugir! "
Fernando Pessoa - meu preferido

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

“Um filme no close pro fim”. Los Hermanos


Conscientizar-se de que algo precisa ser feito não significa, em absoluto, que haverá inclinação para o ato. Porque a sensação de perda, esta sim, precisa ser absoluta. “Procuro na paisagem cadência” Marisa Monte... Não pode, eu disse não pode? É IMPOSSÍVEL um retrocesso neste instante. É impossível dar qualquer voltinha de pescoço, que seja, para trás, e sendo assim, partindo dessa dúbia máxima: também não se deve olhar para o passado pertinho e isso inclui os bons momentos. Agora, para que o a legenda suba, finalmente, é necessário que a agonia por agora vivida seja suficiente para por tudo, tudo mesmo em prática! E que venha o tão anunciado FIM!


Acabar.

Não vês que acabas todo o dia.

Que morres no amor.

Na tristeza.Na dúvida.

No desejo.

Que te renovas todo dia.

No amor.

Na tristeza

Na dúvida.

No desejo.

Que és sempre outro.

Que és sempre o mesmo.

Que morrerás por idades imensas.

Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

Não ames como os homens amam.

Não ames com amor.

Ama sem amor.

Ama sem querer.

Ama sem sentir.

Ama como se fosses outro.

Como se fosses amar.

Sem esperar.

Tão separado do que ama, em ti,

Que não te inquiete

Se o amor leva à felicidade,

Se leva à morte,

Se leva a algum destino.

Se te leva.

E se vai, ele mesmo...

Não faças de ti

Um sonho a realizar.

Vai.

Sem caminho marcado.

Tu és o de todos os caminhos.

Sê apenas uma presença.

Invisível presença silenciosa.

Todas as coisas esperam a luz,

Sem dizerem que a esperam.

Sem saberem que existe.

Todas as coisas esperarão por ti,

Sem te falarem.

Sem lhes falares.

Sê o que renuncia

Altamente:

Sem tristeza da tua renúncia!

Sem orgulho da tua renúncia!

Abre as tuas mãos sobre o infinito.

E não deixes ficar de ti

Nem esse último gesto!

O que tu viste amargo,

Doloroso,Difícil,

O que tu viste inútil

Foi o que viram os teus olhos

Humanos,

Esquecidos...

Enganados...

No momento da tua renúncia

Estende sobre a vida

Os teus olhos

E tu verás o que vias:

Mas tu verás melhor......

E tudo que era efêmero

se desfez.

E ficaste só tu, que é eterno.
Cecília Meireles

quinta-feira, 9 de outubro de 2008


Em minha viagem de férias ouvi uma frase que veio tanger, somente agora, os meus sentidos: “há momentos em que devemos tomar nossas próprias decisões, sem deixar nas mãos do outros o que pertence somente a nós, que é o rumo da nossa vida.”
A consciência da finitude dos eventos está dissimulada no nosso instinto de auto-preservação. Mas, só acionamos tal dispositivo quando o coração endurece e a mente derrete, porque enquanto congelarmos a cuca e amolecermos o coração, fragilizados nos encontrará. E frágeis, nos boicotamos, desprezando esse comichão saudável que se chama “desconfiômetro”. Tapamos os olhos não somente para a realidade, mas para nossas vontades também. A vontade de alcançar, de abraçar o fim é tamanha, que, por vezes, nos pegamos a questionar: “o que eu quero de verdade com isso tudo?”
Onde é desejo e onde é vontade? Vontade, no dicionário, também denota capricho, já o DESEJO é a fonte do prazer. Cada passo marcado, o desdobrar dos músculos em direção ao querer sincero. Dizem que “basta ser sincero e desejar profundo...” discordo, basta tentar e se não der é só voltar, por isso, vá até onde você pode, pois o que “não pode” é que rege a ansiedade. Corra enquanto há tempo e estrada e pernas Tb! Fique se há desejo!!!

sábado, 4 de outubro de 2008


Hoje, os pensamentos são bipartidos, escrevo uma linha há cada 05 min. isso quer dizer que o inconsciente fala por mim, pega na minha mão de forma astuta e eu, mesmo sem entender o que norteia, vou deixando o mistério revelar-se, deslizar por entre as linhas e espantar meus olhos...

Sentindo metades, relativisando fragmentos, tornando difícil o que a coerência vocifera. Necessário por agora é desnudar a metade mais difícil, aquela cinza que ainda insiste . Os avisos estão todos ali e resumem-se em um não doce: desapegue! Mas, quem disse que sinais de avisos falam o dialeto dos afetos?

"porque metade de mim é amor e a outra também"

Oswaldo Montenegro