quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Café Amargo




Convido-os a tomar um café preto comigo! Vamos senti-lo descer goela a baixo, quente, pulsando nas cordas vocais. Sem açúcar! Desculpem, mas este, não tem outra opção. Este mesmo café repousa em muitos lugares aonde vamos, na verdade, ele está em praticamente em cada virada, seguindo nossas vidinhas. Mudam um pouco de garrafa, de temperatura. Adoçante, açúcar branquinho, mascavo, torrões, leite condensado ... tudo pode mascarar seu real sabor.
Amargo. Arregala a vista, faz os pensamentos alerta, incomoda, desperta o coração de pouca gente.
Esse café pretinho e carente de tantos olhares, é nossa amiga miséria! E ela se mostra tanto e mais em cada espírito de Natal!

6 comentários:

Liliane de Paula disse...

Acho que não posso aceitar o convite por só gosto e café quase frio. E como cacau em pó. E# com adoçante.
Convido para tomar o meu "caucafé".
Liliane de Paula

Cadinho RoCo disse...

Ôpa! Bela metáfora.
Cadinho RoCo

Wagner Marques disse...

tomemos, pois, este café!

abraço.

Anucha Melo disse...

mermã,
liga depois das 7h.
geralmente tô em casa...
aí tu vai lá.
bj

Juliana Fernandes disse...

e todo mundo continua meio assim:
de braços cruzados.

Como a letra de uma música da Zélia Duncan:

Transe de violência
Vaidade demente
Guerras à nossa espreita
Restos à nossa frente
Que ferramenta


Eu uso pra viver?
Como é que eu faço
Pra ajudar você?
Desligo a TV
Pra que as crianças
Não achem normal
Todo dia matar , morrer
Mas sobre o futuro, o que eu vou dizer?
Alguém aqui acredita
Que não tem nada com isso?
Será que nada tem vínculo
Tudo é por acaso?
Mas quem é que joga os dados
Deus ou seus diabos?
Quem decide qual o lado abençoado?
Deus ou seus diabos?
Será que nenhum de vocês
Sabe falar português?
Então, em nome da nossa dor


Eu exijo um tradutor
Alguém de carne e osso
Alguém em quem se possa confiar um pouco
Eu quero menos abandono, mais cuidado
Cristo Redentor
Eu vi seus braços cruzados, tudo é ilusão
Ando pelas ruas tem de tudo, menos solução
Fecho os vidros, fecho a casa
Mas a alma não tem trinco, tá escancarada
Fecho a minha roupa, fecho a minha cara
Mas a alma não tem trinco
Nem defesa, nem nada.

Mary disse...

Adoro café... mas só tomo se for amargo.
O gosto é puro, é livre de máscaras...
Qnto à miséria... há diversos tipos de miséria que são retratadas nesta época. Eu ressaltaria a miséria humana, a redução de valores a meros presentes e agrados.

Um beijo e bom café.