quarta-feira, 5 de abril de 2006

Por algumas Causas



Ladrilhei por dois cds antes de escolher um que me tocaria a alma para escrever aqui. Max de Castro, Ana Carolina(segundo cd dela) e finalmente parei no som do barzinho que me da muita energia, nas palmas, nos gritos e na voz de musicas tão bossa!
Trago no coração vários temas, mas me concentrarei em imagens que presenciei ontem. Fui ao shopping revelar fotos para mostrar quando chegar aí, quando olho para um espaço lindíssimo de páscoa das crianças. Um mundinho que continha tocas, árvores com olhos e bocas que mexiam(lembrei-me do Xou da Xuxa) e muitas cenourinhas e um coelho gigante no meio da praça de eventos.
Uma coisa nada singela chamou-me a atenção. Um garoto, vestido de coelho que tentava superar a falta de coordenação inerente de sua idade , unas 5 anos, lançava cenourinhas de esponja numa cesta presa à uma árvore. Cada vez que o garoto lançava cenouras e errava, na próxima, um "ajudante de diversão" lançava por trás dele outra cenoura e ele ficava satisfeito, pois talvez pensasse que fosse dele também. Aquilo me fez pensar em como, nem brincando, as crianças no mundo de hoje podem ser contrariadas. Sua felicidade é objetivo e ai de quem os fizer sofrer.
Sinto-me , às vezes, num mundo fantástico, onde tudo precisa gerar uma (falsa) impressão de felicidade total. E que tipo de seres estão se formando a partir disso? Acho que Martine Lerude compartilha e descreve minha angústia:
“... a incapacidade de muitos pais (...) em suportar a dor, a frustração, a solidão, a angustias do seu filho. O que parece ser para nós etapas, momentos necessários de construção subjetiva, são para certos pais impossíveis de suportar.”
Sou uma inconformada e para minha sorte, encontrei um mecanismo para sarar minha angústia e dar alguma coisa de bom para que esta questão, pelo menos esta, seja auxiliada. Escreverei minha monografia sobre isso.
Levanto aqui a bandeira da produção científica, não para tapar um espaço ou escolher o mais fácil e sim tornar da sua preocupação um caminho e contribuição social. Faça da sua oportunidade de anos em boas escolas, boa faculdade com muito ou pouco esforço, mas que há a possibilidade indiscutível de ser útil, e não apenas continuar fazendo o que tem que ser feito ordinariamente. Escolha suas lutas e as trave com você e que isso possa fazer algo de bom, se não será mais um narcizismo inútil.
"Pois aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo Agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro ..." Cazuza-Ideologia

Nenhum comentário: