sábado, 29 de abril de 2006

Depois do Cinema

Hoje me senti muito bem acompanhada sozinha! Fui ao Tacaruna ver um filme, ja fazia quase um mês desde a viagem a terra natal e os probleminhas de saúde que não me deslocava. O certo é que quando entrei na praça de alimentação de nome Olinda, fui recebida com uma banda de rock ao som de "My girl", me senti a prórpia Veida. Comprei meu ingresso e cantarolei o refrão da música de forma consciente do que estava sendo feito ali. Quando eu estava em uma fila enorme, eis que avistei ao longe a balconista tirando a plaquinha de encerrado de um novo balcão, sai e fui sorrateiramente até lá. Comprei e fui jantar. Subi as escadas correndo, sempre atrasada pro filme e com um sanday de ovo maltini me melando inteira...sessão lotada...consegui um lugar até bom, entre duas senhoras animadas e um casar sem graça. Consternei-me e pus-me a limpar a sujeira deixada pela gulosema que teimava em continuar sua trajetória, enfim. Recosteime e vi os últimos trillres.
O filme me surpreendeu em muitos aspectos, mas o final me deixou cabisbaixa, não porque foi ruim ou não teve fim plausível, mas porque acontece! Fala sobre terapia, a terapeuta está quase que totalemnte fora dos padrões que eu consideraria pertinentes e utéis, mas sobra um pouco de comédia, amor, paixão, romance e acasos. Vale a pena dar uma olhadinha. Pesquei uma fala, não na integra, mas que dizia mais ou menos assim:
às vezes conhecemos pessoas e amadurecemos com elas, eu não duvido que você a ame, se não deu certo, porque você não consegue deixar passar e seguir em frente. Ás vezes são para isso que as coisas acontecem...
BOA NOITE

sábado, 22 de abril de 2006

Pessoas de Manoel Carlos



Manoel Carlos é um grande escritor de novelas. Consegue criar personagens e falas que assumem uma realidade singela e envolvente. Sinto-me como um desses personagens, hoje.
Nenhum personagem dele que eu assitisse até agora é 100% bom ou ruim, e assim são as criaturas aqui falantes. Descobrimos nosso lado ruim , mas às vezes não nos damos contas daqueles pequenos ou grandes "pecados" que fazemos sem sentir e se sentimos, procuramos um bom motivo para explicá-lo à nossa consciencia que é tão enganável. O que não faz a situação mudar de tom aos olhos alheios ou magoar ou parecer destoante do seu todo pessoal!
Ontem pude ver isso com mais clareza em mim e com toda minha virginidade, de signo crítico, preciso mudar. Comecei á partir de hoje.
Meu pecado? Ah, nada de grave ... conto depois! heheheheheh...

Foto: Homem Urso (Grizzly Man)
EUA-Documentario

sexta-feira, 21 de abril de 2006

Alma Fria



Dexei-me levar por um vento que soprou frio, mesmo com o sol a banhar-me de cor. Abri os braços e fiz uma prece, um pedido, um mantra: que esse instante pare, se congele e não gele ainda mais esse vento que me esfria!
Foto: Razao e Sensibilidade

quinta-feira, 20 de abril de 2006

Se eu tivesse


Se eu tivesse uma lua esconderia meus dedos para que eles não acusasem ou magoassem nenhum coração.
Se eu tivesse uma folha de papel amassaria e tentaria fazê-la voltar ao normal para que a vida sempre busque uma nova e única combinação.
Se eu fosse um rio refletiria meu coração que muitas vezes me engana e tenta me desvelar e sussurar que eu sou de pele e não de tanta ação.
Se eu fosse uma panela, estaria sempre cheia de sonhos e alimentaria com verbo minha imaginação.

quarta-feira, 5 de abril de 2006

Por algumas Causas



Ladrilhei por dois cds antes de escolher um que me tocaria a alma para escrever aqui. Max de Castro, Ana Carolina(segundo cd dela) e finalmente parei no som do barzinho que me da muita energia, nas palmas, nos gritos e na voz de musicas tão bossa!
Trago no coração vários temas, mas me concentrarei em imagens que presenciei ontem. Fui ao shopping revelar fotos para mostrar quando chegar aí, quando olho para um espaço lindíssimo de páscoa das crianças. Um mundinho que continha tocas, árvores com olhos e bocas que mexiam(lembrei-me do Xou da Xuxa) e muitas cenourinhas e um coelho gigante no meio da praça de eventos.
Uma coisa nada singela chamou-me a atenção. Um garoto, vestido de coelho que tentava superar a falta de coordenação inerente de sua idade , unas 5 anos, lançava cenourinhas de esponja numa cesta presa à uma árvore. Cada vez que o garoto lançava cenouras e errava, na próxima, um "ajudante de diversão" lançava por trás dele outra cenoura e ele ficava satisfeito, pois talvez pensasse que fosse dele também. Aquilo me fez pensar em como, nem brincando, as crianças no mundo de hoje podem ser contrariadas. Sua felicidade é objetivo e ai de quem os fizer sofrer.
Sinto-me , às vezes, num mundo fantástico, onde tudo precisa gerar uma (falsa) impressão de felicidade total. E que tipo de seres estão se formando a partir disso? Acho que Martine Lerude compartilha e descreve minha angústia:
“... a incapacidade de muitos pais (...) em suportar a dor, a frustração, a solidão, a angustias do seu filho. O que parece ser para nós etapas, momentos necessários de construção subjetiva, são para certos pais impossíveis de suportar.”
Sou uma inconformada e para minha sorte, encontrei um mecanismo para sarar minha angústia e dar alguma coisa de bom para que esta questão, pelo menos esta, seja auxiliada. Escreverei minha monografia sobre isso.
Levanto aqui a bandeira da produção científica, não para tapar um espaço ou escolher o mais fácil e sim tornar da sua preocupação um caminho e contribuição social. Faça da sua oportunidade de anos em boas escolas, boa faculdade com muito ou pouco esforço, mas que há a possibilidade indiscutível de ser útil, e não apenas continuar fazendo o que tem que ser feito ordinariamente. Escolha suas lutas e as trave com você e que isso possa fazer algo de bom, se não será mais um narcizismo inútil.
"Pois aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo Agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro ..." Cazuza-Ideologia

domingo, 2 de abril de 2006

Um conto


As pálpebras teimavam em tremer, permitindo que a luz invadisse sua mente e a despertasse. Espreguiçou-se demoradamente, tocando as mãos na tábua envelhecida da cama comprada num brechó, pensou que poderia ter optado por um tamanho um pouqinho maior, assim abarcaria melhor seus sonhos. Virou-se de súbto ouvindo a respiração ao seu lado, tão próxima e quente que poderia ser a sua. Olhou por cima do ombro, um belo corpo ao seu lado fazendo recordar onde andara na noite anterior, as lembranças agora eram frescas. O abajur ainda ligado, eventualmente, ainda exercia sua função enquanto os raios de sol não surgiam para encobrir aqueles dois corpos ali estendidos. Levantou-se cambaleante, camiseta cinza e unhas dos pés vermelhas, agarrou a meia taça de vinho adormecida sobre o criado-mudo ao seu lado. Levou-a aos lábios, que outrora estavam devidamente mascarados com seu batom cobre, mas agora estavam despidos de qualquer máscara e assim é que deveria ser vistos, pequenos e bem desenhados. Aproximou-se da janela, próxima à cama e respirou profundamente a vento frio da manhã e deixou que os lábios formassem um sorriso que ela conhecia bem. Estava em mais um dia relamente feliz. Ele supreendentemente estava ali. Sentiu de súbito uma vontade de registrar aquela paisagem, que lhe era tão instigante e prazeirosa. Correu até a mesa de trabalho á 5 passos de onde estava, descançou o copo, já vazio, abriu sua bolsa verde com alças de argolas prata e pegou o celular. Abri-o com cuidado e deixando seu corpo apoiar-se sobre`a mesa, olhou para suas unhas vermelhas e não gostou do que viu. Voltou rapidamente sua atenção para o que estava fazendo anteriormente. Começou a digitar:
TOM está ao meu lado nesse momento.Noite muito feliz. Queria registrar, não apague a mensagem e volte a dormir sua danadinha!
Ass: Greta
Guardou-o e pegou um cigarro, acendeu-o e tragou-o profudamente deixando-se invadir por mais um pouco de prazer. Caminhou pelo carpete marrom, foi até a cama, apagou o cigarro no cinzeiro ganho de brinde em uma loja de perfumes. Sentiu o vento bater calidamente em seu rosto novamente, virou-se e agora, com os primeiros raios de sol a invadir a janela. Isto o fez acordar. Ela o olhou com languida satisfação, ele balbuciou:
- Que horas são?
- Hora de apagar o abajur!