sexta-feira, 28 de dezembro de 2007



Gavetas arrumadas, armário enxuto, escrivaninha pronta para receber um ano inteiro de notas e pedaços de papel. Este ano não foi bom, nem ruim, nem magro e nem gordo. Foi vivido, sentido, doído, um universo particular de descobertas e contradições. E como mais poderia ser?

Poderia ter sido melhor, é verdade, mas a incansável batalha de talhar nossas almas é finda e congela nas desesperanças. Superadas, é certo, mas paralisantes de instante. Outras tantas alegrias partilhadas, eh porque alegria solitária é alegria estéril!

As pessoas ficam mesmo mais receptivas este época, menos desconfiadas. Pena não podermos estourar este champagne o ano inteiro. Para finalizar, não um balanço, mas planos, muuuitos planos:

# Começar uma nova pós!
#Lap Top
#Ler mais livros que me dão prazer
#Ir à São Paulo
#Carnaval em Recife(confirmadíssimo)
#Mais um emprego
#Parar de tomar refrigerante(quase impossível kkk)
#Emagrecer 2 quilos





"Levei minha alma pra passear


Não me distancio muito de mim


E quando saio não vou muito longe


fico sempre por perto..."


Nação Zumbi -Bossa Nostra






FELIZ ANO NOVO DE MUITAS BOAS NOVIDADES À TODOS!
Salut!


sábado, 22 de dezembro de 2007

Milagre de Natal


Meu humor anda mesmo pra lá de Marrakech. Mas, a roda girou de uma maneira a contemplar minha face. Ir as compras no Natal , por menores e mais simbólicas que elas tornam-se a cada ano, ainda assim, trazem heróicas esperas; filas; mal, ou melhor, péssimo atendimento; corredores e calçadas tinindo de pessoas comprimidas.

Contrariando minha lei de "quanto mais próximo, eu me recuso a pisar no shopping". Ainda assim, arrisquei minhas pegadas.

Aproveitando uma folga de trabalho, chamei uma amiga e corremos para o consumo, faltando 3 dias para a festa. Rodamos muito, tranquilamente, fomos em dois shoppings, e não compramos nada! Os presentes que ainda faltavam? Das mães, pais, filhos ... enfim, os mais importantes.

Para exigir ainda mais da minha alma pouco capital, fomos à tarde, as mesmas amigas, no mesmicimo dia, com as mesmas necessidades. Chegamos ao shopping exatamente 17:50, nada de fila no sinal de trânsito que antecede o local, peguei a última vaga que o semáforo permitiu, entramos. Com os tickets na mão, começa a busca pelas inexistentes vagas de garagem. Milagre!!!!! Uma vaga bem em frente a porta de acesso! Pelo ânimo da situação, fomos logo pro presente das mães, filhos, e depois um mimo para nós, porque não?

Aquela palavrinha mágica que faz coçar os neurônios mais consumistas, fez brilhar dentre as vitrines: PROMOÇÃO! Calças de uma marca suuuper famosa por 79 reias!!


- Uau, boraaaa?!


Entramos, vestimos, achamos, entramos na fila e o comichão novamente. Este, agora, avisando que ter mais de dez calças-jeans, não faz o menor sentido diante da extrema miséria pungente. A amiga olha e diz: melhor deixar, do que se arrepender. Tocam os "sinos" do bom senso e saímos da loja com a desculpa mais esfarrapada das galáxias:


- Acabaram de me ligar, estou atrasada, tchau!


Parada pra lanchar, achamos mesa facilmente, sem a velha corrida a mesa no meio da praça de alimentação e na hora que você encontas alguém mais sortudo senta! E assim, a magia do marketing de Natal toma contornos mais humanos, nesta disputa de quem passa mais tempo com as pernas em frangalhos, deslizando sobre os brilhantes pisos do templum do consumo!

Fim!


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Cambaleante - "a terra é quanto basta"


Final de ano, final de muitas coisas, mas e as outras tantas que permanecem reticentes no peito da gente? De gente boa, de gente à toa. Lapsos da grandeza das datas festivas que apagam como que no condão da esperança tudo aquilo que significamos diante do tempo inteiro.

Agora? Agora tudo é festa e "brilhinho". É possível rever os erros, mas só agora. Pedir desculpas, mas só até o próximo arroubo. Ficar quieto que teremos o ano inteirnho para nos derramarmos. Somos dignos de todo perdão, porque fomos capazes de pedi-lo, acarinhados, porque fomos capazes de nos revelar, mas só até o próximo badalar da meia noite, da meiota de vida de onde cambaleamos!


" A pé e de coração leve

eu enveredo pela estrada aberta,

saudável, livre, o mundo à minha frente,

à minha frente o longo atalho pardo

levando-me aonde eu queira.


Daqui em diante não peço mais boa-sorte,

boa-sorte sou eu.

Daqui em diante não lamento mais,

não transfiro, não careço de nada;

nada de queixas atrás das portas,

de bibliotecas, de tristonhas críticas;

forte e contente vou eu

pela estrada aberta.


A terra é quanto basta:

eu não quero as constelações mais perto

nem um pouquinho, sei que se acham muito bem

onde se acham, sei que são suficientes

para os que estão em relação com elas.


(Carrego ainda aqui

os meus fardos de delícias,

carrego - mulheres e homens -

carrego-os comigo por onde eu vou,

confesso que é impossível para mim

ficar sem eles: deles estou recheado

e em troca eu os recheio."


Walt Whitman - Poeta norte americano

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Felicidade do cansaço


As pernas repousam, enquanto sacia a sede de horas de pandega, sente o corpo murchar na cadeira. A maquiagem aniquilada dá a deixa de que a noite chegou a mais um fim. Hora de sentir-se grata pelas amizades que conquistou, afinal 9 confraternizações de final de ano, não lhe tira o privilégio de sentir-se confortável com as estatísticas. A política de sua vida é cultivar amizades, uns apegam-se a família, aos amigos do marido, aos amigos do trabalho. Porém( e a vida é repleta poréns), amigo não tem local, é amigo em vários instantes do dia, e isso ela tem de sobra.

Volta a pensar na dor nas costas que embaraça suas ideias. Encaminha para um rápido banho antes de jogar-se num amor explícito com a cama: ela, a cama e os seus sonhos!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Café Amargo




Convido-os a tomar um café preto comigo! Vamos senti-lo descer goela a baixo, quente, pulsando nas cordas vocais. Sem açúcar! Desculpem, mas este, não tem outra opção. Este mesmo café repousa em muitos lugares aonde vamos, na verdade, ele está em praticamente em cada virada, seguindo nossas vidinhas. Mudam um pouco de garrafa, de temperatura. Adoçante, açúcar branquinho, mascavo, torrões, leite condensado ... tudo pode mascarar seu real sabor.
Amargo. Arregala a vista, faz os pensamentos alerta, incomoda, desperta o coração de pouca gente.
Esse café pretinho e carente de tantos olhares, é nossa amiga miséria! E ela se mostra tanto e mais em cada espírito de Natal!